domingo, 29 de novembro de 2009

Seja você mesmo, mas só quando estiver consigo mesmo


Sabe aqueles dias em que você ouve tudo o que já sabia mas não queria saber? Em que donde menos se espera sai uma palavra amiga (ou exatamente o oposto)? É difícil receber um insulto ou uma crítica. Igualmente difícil é entender como as outras pessoas nos vêem, porque nossa própria imagem não é a mesma em nenhum outro lugar a não ser no espelho. Digo isto metaforicamente, porque não se trata aqui de nossa aparência física, e sim, do que aparentamos ser para os outros.
sabe quando você se sente “fora de ambiente”? Quando não importa o quanto você mude, o seu comportamento nunca é o adequado para aquela situação? Aquele “olhar scanner”, que te rastreia de cima a baixo; aquelas vozes cochichando nas suas costas; aquela sensação de estar sendo constantemente vigiada e seguida nas lojas... sabe? Geralmente acontecem quando você tira o sapato de salto que te faz calo durante uma aula,ou não se veste e não age como seus colegas bem comportados. Em suma: quando está sendo você mesmo.
A máscara social serve exatamente para que você não faça coisas como essas. Acreditar que você sempre está entre amigos, entre pessoas que te conhecem e que entendem sua forma de ser só te faz parecer mais idiota quando você descobre que ninguém estava de fato te aceitando, e sim, te aturando, mantendo as próprias “máscaras sociais” para serem educados com você. Ou aparentarem ser.
A questão é que, quando eles decidem ser espontâneos e dizem o que pensam de você ou o que gostariam que você fizesse, você percebe que existe um limite, inclusive, para se “manter as aparências”. E aí sim você vai saber o que pensam e dizem a seu respeito por aí. Não que isso seja importante, mas serve para que você entenda que nem sempre o “você mesmo” é bem vindo nos lugares que você freqüenta. E simplesmente parar de ir a eles não é uma possibilidade. Aí é parar e repensar suas conexões com os outros, com o seu cotidiano. Às vezes, o que os outros pensam nem precisa ser dito. Uma expressão de nojo involuntária é prova irrefutável de que “um dia, a máscara cai”.
Esta semana aprendi essa lição e pretendo aprender a vestir essas máscaras também. Vou ficar parecendo a Morte, da série de filmes Pânico (para se ter uma idéia do quão caricatural e forçado será), mas vou conseguir. Vivemos na sociedade do espetáculo, da imagem, e dos falsos sentimentos. E os românticos que vistam suas fantasias. Afinal, o show não pode parar...

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